Compras a um clique de distância
12/09/2012 23:22
Pesquisar, comparar, comprar. O que durante muito tempo os consumidores exercitavam de loja em loja, hoje é possível fazer na tela do computador. Trata-se de uma nova relação entre as empresas e seus clientes. Em alguns cliques, os melhores preços e produtos podem ser encontrados em páginas na internet. Por essa facilidade, o comércio eletrônico se tornou uma poderosa ferramenta de negócios para as empresas. No Brasil, o e-commerce, como é conhecido, deve movimentar algo próximo a R$ 22,5 bilhões neste ano, a maior cifra da história e um resultado 20% superior aos R$ 18,7 bilhões de 2011 – nada mau em um cenário de crescimento do PIB na casa de 2%.

Os números são ainda mais impressionantes quando comparados com os resultados de uma década atrás. Em 2001, o faturamento do e-commerce brasileiro somou apenas R$ 500 milhões – em apenas uma década as receitas se multiplicaram por 45. E o potencial de crescimento é gigantesco. “Como há, no País, 37 milhões de consumidores digitais para 70 milhões de computadores, temos condições de dobrar o tamanho desse mercado”, afirma Gerson Rolim, diretor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. O executivo prevê um salto no setor com a iminente chegada da Amazon.com, maior varejista virtual do mundo, ao Brasil. O horizonte, indiscutivelmente, é promissor para o comércio eletrônico.
Cris Rother, diretora-executiva do e-bit, uma consultoria especializada em comércio virtual, prevê um ritmo de 20% a 25% na expansão do faturamento anual do setor até 2015. “A gente cresceu de 30% a 40% nas últimas temporadas, muito acima de qualquer setor da economia”, diz Cris. Parte desse vigoroso crescimento pode ser atribuído ao surgimento de várias empresas especializadas em vendas online e ao investimento de tradicionais redes varejistas nesse nicho. No cenário nacional, a B2W, dona do Submarino.com e da Americanas.com, Magazine Luiza, Livraria Saraiva, Walmart, Carrefour, Netshoes e Nova Pontocom, responsável por todo o gerenciamento das lojas virtuais de Ponto Frio, Extra e Casas Bahia.

O Brasil possui 37 milhões de consumidores digitais
e 70 milhões de computadores, o que garante
a esse mercado potencial para dobrar
de tamanho. Este ano, as vendas online
devem movimentar R$ 22,5 bilhões.
“A empresa alcançou ganhos importantes e sua performance, em muitos casos, superou as metas do mercado”, afirma Oderi Leite, diretor-executivo de operações da Nova Pontocom. A maior parte das operações de varejo atualmente combinam o comércio tradicional, por meio de uma loja física, com o virtual. “No início, pensava-se que as lojas virtuais engoliriam as lojas físicas”, diz Haroldo Nagushi, economista da Fundação Getulio Vargas, especialista em comércio eletrônico. “Hoje já podemos concluir que o melhor modelo é aquele que equilibra a loja física com a loja virtual.” Um dos fenômenos mais recentes do varejo online são os sites de compras coletivas, como Peixe Urbano e Groupon.
Esse mercado movimentou R$ 1,6 bilhão no Brasil, em 2011, um crescimento de 644% em relação ao ano anterior, segundo relatório do indicador InfoSaveMe em parceria com a e-bit. O resultado corresponde a 9% do faturamento total do e-commerce brasileiro no ano. Mas o crescimento dessa área perdeu o vigor inicial. Somente no primeiro semestre de 2012, o setor de compras coletivas movimentou R$ 731 milhões, uma ligeira expansão de 2% sobre o mesmo período do ano passado. “O crescimento foi mais baixo porque a base era alta”, afirma Miguel Queimado, CEO do Groupon Brasil. Aos poucos, o comércio eletrônico deixa de ser apenas lugar de gente grande, se abrindo também a pequenas e médias empresas.